Signos no Terno e Gravata: A Jornada de um Advogado Mineiro e a Astrologia

Sabe como é a vida de advogado, né? Pilhas de processos que parecem brotar do chão, o peso dos prazos, a formalidade do Fórum. Meu mundo, por quase vinte anos, foi esse. Preto no branco, fatos, provas, lógica pura. Qualquer coisa que escapasse disso, uai, eu já olhava de lado. E nesse balaio de coisas “estranhas”, a astrologia e toda essa conversa de signos ocupavam o topo da lista. Para mim, era papo de revista de domingo, uma distração inofensiva, mas jamais algo a ser levado a sério por um homem de 40 anos, com uma carreira pra zelar aqui em BH. Um trem doido, pensava eu.

A virada de chave não foi um trovão, um evento místico. Foi mais sutil. Foi o silêncio do meu escritório numa noite de terça, a luz amarelada do abajur se derramando sobre um Vade Mecum surrado, e um sentimento de… vazio. De estar rodando em círculos. No mesmo dia, um amigo, desses do peito, virou pra mim e soltou, “Cara, você é a personificação de um capricorniano estressado com o trabalho”. Eu ri, claro. Mas aquilo ficou martelando. Comecei a pesquisar, meio escondido, sobre as características dos signos. Era só curiosidade, eu dizia pra mim mesmo. Mas a cada clique, a cada texto que eu lia, a coisa ficava mais esquisita. Era como se alguém tivesse escrito um manual de instruções sobre mim e esquecido de me entregar.

O primeiro mergulho e os caldos que tomei

Minha primeira incursão foi um desastre, preciso admitir. Cometi o erro clássico do iniciante: achei que astrologia se resumia ao signo solar. “Ah, sou Capricórnio, então sou isso, isso e aquilo”. Pronto. Tentei encaixar tudo e todos nessas doze caixinhas. Virou uma mania. Eu olhava para um cliente e pensava “típico de Gêmeos, muda de ideia toda hora”, ou para o juiz, “ixe, leonino, tem que falar com jeitinho”. Era uma simplificação boba, uma forma de rotular que, no fundo, não ajudava em nada. Só criava mais preconceito. A rapaziada do escritório, quando descobriu minha nova “fase”, não perdoou. As piadinhas na hora do café eram certas. “E aí, doutor, os astros dizem que vamos ganhar aquela liminar?”. Eu levava na esportiva, mas por dentro, ficava meio cismado.

Foi um investimento de tempo e, sim, de algum dinheiro. Livros, muitos livros. Lembro da textura de um, em especial, de capa dura, com um cheiro de papel antigo que parecia carregar a poeira das estrelas. Passava horas da madrugada lendo, com o som da chuva batendo na janela do apartamento, tentando decifrar aquele mapa cheio de símbolos que parecia mais um plano de batalha alienígena do que um guia sobre mim. Minha esposa, no início, olhava com uma curiosidade divertida. “Achou um hobby novo, amor?”. Mas com o tempo, ela viu que não era só um passatempo. Era uma busca real por respostas que o Direito não me dava sobre os meus próprios signos internos.

Aprofundando o Jogo: Entendendo os Meus Próprios Signos

O grande salto aconteceu quando eu finalmente entendi que não somos apenas um signo. Somos o mapa inteiro. Descobrir meu ascendente, minha lua… uai, foi como se a imagem, que antes era em preto e branco, ganhasse uma profundidade 3D e colorida. Aquela teimosia que eu achava que era só de Capricórnio ganhava uma nova camada com um ascendente em Touro. Aquela sensibilidade que eu escondia a sete chaves no ambiente de trabalho fazia todo sentido com uma Lua em Câncer. Não eram mais rótulos; eram peças de um quebra-cabeça complexo e fascinante: eu. Os signos deixaram de ser caixinhas e se tornaram um espectro de cores.

Minha dica prática, se você me permite, é essa: esqueça por um momento o horóscopo do jornal. Invista um tempo – e talvez uns trocados, mas encare como autoconhecimento – para fazer seu mapa astral com alguém de confiança. E não só fazer, mas entender. Pergunte, seja chato. “O que significa esse Saturno aqui?”, “E essa Lua ali?”. Foi o que eu fiz. E, aos poucos, comecei a ver conexões com a minha profissão. Entender a posição do meu Mercúrio me ajudou a refinar minha comunicação, a saber a hora de ser mais incisivo ou mais diplomático numa audiência. Perceber os ciclos do meu Saturno me deu uma paciência estratégica para processos que se arrastavam por anos. Não era mágica, era autoconhecimento.

Da Curiosidade à Ferramenta: Os Signos no Meu Dia a Dia

Hoje, essa sabedoria não é mais um hobby secreto. É uma ferramenta no meu cinto de utilidades. Não uso pra prever o futuro, essa nunca foi a questão. Uso para entender o presente. Para entender por que em certas semanas minha energia está lá no chão e eu preciso de mais recolhimento, ou por que em outras estou cheio de gás para encarar qualquer batalha judicial. Aprendi a respeitar meus próprios ciclos, algo que a advocacia, com seu ritmo implacável, nos ensina a ignorar. O estudo dos signos me ensinou a ser um advogado melhor porque me ensinou a ser um ser humano mais inteiro.

Não ando por aí perguntando o signo de todo mundo. A discrição de um bom mineiro ainda fala alto. Mas a compreensão das diferentes energias e arquétipos me tornou mais empático, menos julgador. Olho para a parte contrária não mais como um “inimigo”, mas como alguém com seu próprio mapa de dores e motivações. Isso não me torna menos competitivo; me torna mais estratégico. No fim das contas, essa jornada que começou com uma curiosidade boba sobre signos se tornou um dos pilares do meu bem-estar. É o meu contraponto à rigidez da lei, o lembrete de que, por trás de cada processo, de cada artigo e de cada terno bem cortado, existe um universo de complexidades humanas. E conhecer o meu, foi a melhor decisão que tomei.

Fábio é astrólogo há 50 anos , professor de Astrologia há 22 anos. e oferece mapas astrais online e presenciais em consultas personalizadas para te ajudar a entender melhor seu destino e potencial.

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