Astrologia: Como um Advogado Cético em BH Encontrou Sentido Fora dos Códigos

A luz da manhã em Belo Horizonte tem um jeito particular de invadir o escritório. Ela bate no piso de madeira, reflete na estante de livros técnicos – todos com lombadas sérias, em tons de vinho e azul-marinho – e revela as partículas de poeira dançando no ar. Um balé silencioso que eu nunca notava. Minha vida, até pouco tempo atrás, era regida por prazos, artigos e uma lógica fria, quase brutal. Eu, um homem de 40 anos, advogado, com uma carreira que muitos considerariam de sucesso, me sentia… oco. Foi nesse vazio, nesse silêncio ensurdecedor entre um processo e outro, que a astrologia entrou na minha vida. E não, não foi como eu imaginava.

Tudo começou com uma crise. Não daquelas de cinema, mas uma corrosão lenta, interna. A pressão no escritório, a competição, a sensação de que eu estava apenas repetindo os mesmos argumentos, dia após dia. Parecia que faltava alguma peça no quebra-cabeça da minha própria vida. Um dia, exausto, zapeando pela internet sem rumo, caí num artigo. Falava sobre ciclos, retornos, sobre um tal de Saturno. A princípio, meu cérebro treinado para o ceticismo gritou. Bobagem. Coisa de gente sem ter o que fazer. Mas algo ali, uma semente de curiosidade, ficou. Uai, pensei, que mal pode fazer? E foi aí que cometi meu primeiro erro. Achei que astrologia era sobre ler o horóscopo do jornal. Aquelas frases genéricas que servem pra qualquer um. “Dia bom para o amor”, “cuidado com as finanças”. Perdi tempo com isso, senti vergonha, quase desisti. A reação dos meus amigos? Imagina. Quando comentei por alto com um colega no café, a risada foi instantânea. “Você, o Doutor, lendo estrelinha? Tá doido?” Decidi guardar pra mim.

Do Ceticismo à Ferramenta Prática: A Virada de Chave

A virada veio quando entendi que o horóscopo de jornal está para a astrologia assim como uma ementa de processo está para a complexidade de um caso de anos. Não é nada. O verdadeiro desafio foi mergulhar nos estudos. Comecei a comprar livros, escondido, quase como um prazer culposo. A textura das páginas antigas, o cheiro de papel e conhecimento, contrastava tanto com o brilho frio da tela do meu computador. Eu queria entender a estrutura, a lógica por trás daquilo. E, para minha surpresa, havia uma. Complexa, matemática, simbólica. Comecei a decifrar meu próprio mapa. Foi um soco no estômago. Ver ali, desenhado em símbolos, padrões de comportamento que eu levava uma vida inteira pra (não) entender, foi… desconcertante. Aquela teimosia, a dificuldade em lidar com mudanças, a necessidade de controle. Estava tudo lá. Não como uma sentença, mas como um ponto de partida. A astrologia não me deu respostas prontas, me deu as perguntas certas. Comecei a usar o conhecimento dos trânsitos planetários não para “prever o futuro”, mas para gerenciar minha própria energia. Sabia que viria uma semana tensa no trabalho? Ao invés de lutar contra a maré, eu me preparava, tirava um tempo pra respirar, não marcava reuniões decisivas. Era como ter um mapa do terreno antes de entrar na batalha. Dica prática? Esqueça as previsões genéricas. Estude o seu mapa. Entenda a dinâmica entre seu Sol, sua Lua, seu Ascendente. É um trabalho de autoconhecimento, não de adivinhação.

Integrando Mundos: O Advogado Que Também Olha Para o Céu

Hoje, a astrologia é parte de quem eu sou. Não ando por aí falando de Mercúrio retrógrado nas petições, claro. Mas a perspectiva que ganhei é inestimável. Ela me tornou um advogado melhor, mais humano. Passei a entender melhor as motivações das pessoas, as dinâmicas de poder numa mesa de negociação. Consigo ler o “clima” de uma sala de audiências de uma forma que vai além da linguagem corporal. É uma sensibilidade que eu não tinha. Aquele som constante do trânsito na Avenida Afonso Pena, que antes me irritava, hoje soa diferente. É só o mundo acontecendo lá fora, enquanto aqui dentro eu tento manter meu próprio centro. O investimento que fiz nisso não se mede em dinheiro, mas em paz de espírito. As reações? Minha família, no começo, achou estranho. Minha mãe, mais religiosa, ficou com um pé atrás. Mas com o tempo, eles viram a mudança em mim. Me viram mais calmo, menos reativo. Mais presente. Aquele colega que riu? Outro dia, ele me chamou no canto. “Rapaz, me fala mais daquele negócio de astrologia… A coisa tá pegando lá em casa”. Eu apenas sorri. A jornada é solitária, mas os resultados falam por si. A luz que entra pela janela do escritório agora parece ter mais nuances. Ela não apenas ilumina a poeira, mas também as possibilidades. E eu, entre códigos e estrelas, finalmente comecei a encontrar o meu próprio caminho.

Fábio é astrólogo há 50 anos , professor de Astrologia há 22 anos. e oferece mapas astrais online e presenciais em consultas personalizadas para te ajudar a entender melhor seu destino e potencial.

Contato